A Matemática Oculta do Cérebro: Revelando as Conexões Neurais que Impulsionam o Sucesso Matemático

Diferentemente de outras disciplinas, a matemática tem um grau elevado para construção de memórias porque exige o processamento articulado de diversas áreas do cérebro. E esta é uma das razões para que muitas pessoas tenham dificuldade ou desinteresse em aprender a disciplina, uma vez que ela demanda de uma quantidade maior de energia a ser consumida pelo cérebro.

Mas agora vamos compreender como isso ocorre e o que podemos fazer para melhorar a performance em matemática.

Primeiro devemos entender que o processamento matemático é uma habilidade complexa que envolve várias áreas do cérebro trabalhando em conjunto. Pesquisas neurocientíficas identificaram algumas regiões cerebrais-chave envolvidas no processamento numérico e na realização de cálculos matemáticos.

Uma das principais regiões envolvidas no processamento matemático é o córtex parietal, especificamente a área de Brodmann 39 e 40, localizada no lobo parietal inferior (Dehaene, Piazza, Pinel & Cohen, 2003). Essa área é responsável pelo processamento de informações numéricas e pela percepção de quantidades, sendo conhecida como o “circuito numérico” do cérebro.

Outra região importante é o córtex pré-frontal dorsolateral (DLPFC), que desempenha um papel crucial na memória de trabalho e no raciocínio lógico (Menon, Rivera, White, Glover & Reiss, 2000). Durante a realização de tarefas matemáticas, o DLPFC é ativado para armazenar informações temporariamente e coordenar os processos cognitivos necessários para resolver problemas.

A ínsula anterior também desempenha um papel significativo no processamento matemático, especialmente em tarefas que envolvem cálculos aritméticos (Arsalidou & Taylor, 2011). A ínsula anterior está envolvida na detecção de erros e no ajuste do desempenho, ajudando a monitorar e corrigir erros durante a realização de cálculos matemáticos.

Além disso, o giro angular, localizado no lobo parietal inferior, está envolvido na associação entre símbolos numéricos e seus valores numéricos (Ansari, 2008). Essa área é fundamental para a compreensão e representação de números e símbolos matemáticos.

É importante destacar que o processamento matemático não é realizado apenas por uma única área cerebral, mas sim por uma rede de áreas interconectadas. A colaboração entre essas regiões cerebrais permite que os indivíduos processem informações numéricas, realizem cálculos e resolvam problemas matemáticos complexos.

Estas áreas do cérebro trabalham juntas para possibilitar a percepção e manipulação de informações numéricas, bem como a resolução de problemas matemáticos. Além disso, outras áreas, como o hipocampo e o núcleo caudado, também podem estar envolvidos no aprendizado e na retenção de informações matemáticas (Zamarian, Ischebeck & Delazer, 2009).

Além dessas áreas específicas, a comunicação entre as áreas cerebrais é essencial para o processamento matemático eficiente. A conectividade funcional entre o córtex parietal e o pré-frontal, por exemplo, é crítica para o raciocínio matemático e a resolução de problemas (Dumontheil & Klingberg, 2012).

Entretanto, é importante notar também que as áreas cerebrais envolvidas no processamento matemático podem variar dependendo do tipo de tarefa e da experiência do indivíduo com matemática. Por exemplo, a realização de cálculos aritméticos básicos pode envolver mais o córtex parietal, enquanto a resolução de problemas complexos pode exigir maior envolvimento do córtex pré-frontal (Grabner, Ansari & Koschutnig, 2012).

Em resumo, várias áreas do cérebro, incluindo o córtex parietal, o córtex pré-frontal dorsolateral, a ínsula anterior e o giro angular, estão envolvidas no processamento matemático. A colaboração entre essas áreas e a comunicação eficiente entre elas são fundamentais para a percepção, manipulação e resolução de problemas matemáticos.

Por que é mais difícil aprender matemática?

A matemática é uma disciplina que muitos estudantes acham difícil e desafiadora. Há várias razões pelas quais aprender matemática pode ser complicado, mas pesquisas neurocientíficas nos ajudam a entender essas dificuldades e fornecer estratégias para superá-las.

Uma das principais razões pelas quais a matemática é considerada difícil é a complexidade das habilidades cognitivas envolvidas no processamento matemático. O cérebro utiliza várias áreas interconectadas para lidar com problemas matemáticos, incluindo o córtex parietal, o córtex pré-frontal dorsolateral e a ínsula anterior (Dehaene, Piazza, Pinel & Cohen, 2003; Menon, Rivera, White, Glover & Reiss, 2000; Arsalidou & Taylor, 2011). Isso significa que a matemática exige o trabalho conjunto de habilidades como memória de trabalho, raciocínio lógico, percepção de quantidades e associação de símbolos numéricos (Ansari, 2008).

Além disso, a ansiedade matemática é outra barreira que pode dificultar o aprendizado de matemática. A ansiedade matemática é uma resposta emocional negativa específica relacionada à matemática e está associada a um menor desempenho em tarefas matemáticas (Ashcraft & Kirk, 2001). Essa ansiedade pode afetar negativamente a motivação, a atenção e o processamento das informações matemáticas, tornando ainda mais difícil aprender matemática.

Para superar as dificuldades no aprendizado da matemática, é importante adotar abordagens que abordem tanto os aspectos cognitivos quanto emocionais. Primeiro, os educadores devem se concentrar em desenvolver as habilidades cognitivas fundamentais necessárias para o processamento matemático, como memória de trabalho e raciocínio lógico. Isso pode ser feito através de atividades específicas de treinamento, como jogos e exercícios que estimulem essas habilidades.

Em segundo lugar, é crucial abordar a ansiedade matemática. Uma maneira eficaz de reduzir a ansiedade matemática é através da prática de técnicas de gerenciamento de estresse e relaxamento, como a atenção plena (mindfulness) (Bogusch, 2015). Além disso, os educadores devem criar um ambiente de aprendizado positivo e acolhedor, encorajando os alunos a adotar uma mentalidade de crescimento e a ver os erros como oportunidades de aprendizado.

Por fim, é importante fornecer aos alunos oportunidades de experimentar o sucesso e a satisfação na matemática. Isso pode ser alcançado através da adaptação das atividades matemáticas ao nível de habilidade do aluno e do uso de abordagens de ensino diferenciadas para atender às necessidades individuais de cada aluno.

Em resumo, aprender matemática pode ser difícil devido à complexidade das habilidades cognitivas envolvidas e à ansiedade matemática. No entanto, adotando estratégias que abordem esses desafios, é possível superar as dificuldades e melhorar o desempenho e a compreensão matemática. Ao se concentrar no desenvolvimento de habilidades cognitivas fundamentais, abordar a ansiedade matemática e criar um ambiente de aprendizado positivo e adaptável, os alunos podem progredir em seu domínio da matemática e, eventualmente, se tornarem mais confiantes e bem-sucedidos em suas habilidades matemáticas.

Como Melhorar a Habilidade em Matemática Naturalmente

Melhorar a habilidade em matemática na prática pode ser alcançado seguindo um passo a passo estruturado e realizando atividades específicas. Aqui estão alguns passos e exemplos de atividades que podem ser úteis:

Saiba quais os Benefícios para o Cérebro ao Estudar Matemática

A prática da matemática traz inúmeros benefícios para o cérebro, incluindo aprimoramento da memória de trabalho, raciocínio lógico e abstrato, resolução de problemas, tomada de decisão e estímulo à neuroplasticidade. Essas habilidades são fundamentais não apenas para o aprendizado da matemática, mas também para o desenvolvimento cognitivo geral e a capacidade de enfrentar desafios em várias áreas da vida.

Benefícios da Matemática para o Cérebro

A matemática oferece diversos benefícios ao cérebro, auxiliando no desenvolvimento de habilidades cognitivas e de raciocínio. Alguns desses benefícios incluem:

  1. Desenvolvimento da memória de trabalho: A memória de trabalho é essencial para o processamento matemático e está relacionada à capacidade de reter informações temporariamente enquanto realizamos tarefas mentais complexas (Menon, Rivera, White, Glover & Reiss, 2000). A prática de matemática fortalece essa habilidade, o que pode beneficiar outras áreas do pensamento e da aprendizagem.

  2. Estímulo do raciocínio lógico e abstrato: A matemática exige o uso de raciocínio lógico e abstrato para resolver problemas e compreender conceitos. Estudos mostram que o treinamento em matemática pode melhorar o raciocínio lógico e a capacidade de pensar abstratamente (Dehaene, Piazza, Pinel & Cohen, 2003).

  3. Aprimoramento da capacidade de resolução de problemas: A matemática envolve a solução de problemas complexos e o desenvolvimento de estratégias para enfrentar desafios. A prática de matemática pode ajudar a aprimorar a capacidade geral de resolver problemas em várias áreas da vida (Arsalidou & Taylor, 2011).

  4. Melhoria da tomada de decisão: A matemática pode ajudar a desenvolver habilidades de tomada de decisão, já que muitos problemas matemáticos exigem a escolha da melhor abordagem para resolver um problema ou avaliar diferentes opções (Ansari, 2008).

  5. Estímulo à neuroplasticidade: A prática de matemática estimula a neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de seadaptar e reorganizar em resposta a novas experiências e desafios (Kilgard & Merzenich, 1998). Isso pode levar a melhorias em outras áreas cognitivas e na aprendizagem ao longo da vida.

Referências:
- Ansari, D. (2008). Effects of development and enculturation on number representation in the brain. Nature Reviews Neuroscience, 9(4), 278-291.
- Arsalidou, M., & Taylor, M. J. (2011). Is 2+2=4? Meta-analyses of brain areas needed for numbers and calculations. NeuroImage, 54(3), 2382-2393.
- Dehaene, S., Piazza, M., Pinel, P., & Cohen, L. (2003). Three parietal circuits for number processing. Cognitive Neuropsychology, 20(3), 487-506.
- Kilgard, M. P., & Merzenich, M. M. (1998). Cortical map reorganization enabled by nucleus basalis activity. Science, 279(5357), 1714-1718.
- Menon, V., Rivera, S. M., White, C. D., Glover, G. H., & Reiss, A. L. (2000). Dissociating prefrontal and parietal cortex activation during arithmetic processing. NeuroImage, 12(4), 357-365.

Passo a Passo Para Melhorar a Habilidade em Matemática

Passo a Passo para Melhorar a Habilidade em Matemática

  1. Identifique suas dificuldades:
    • Atividade: Faça uma autoavaliação ou peça a um professor ou tutor para ajudá-lo a identificar as áreas em que você precisa melhorar.
  2. Estabeleça metas claras:
    • Atividade: Crie um plano de estudo com metas semanais ou mensais, como "aprender a fatorar polinômios em duas semanas" ou "resolver equações de segundo grau em um mês".
  3. Aprenda os conceitos básicos:
    • Atividade: Assista a vídeos explicativos, leia livros didáticos ou participe de aulas sobre os conceitos básicos.
  4. Pratique exercícios regularmente:
    • Atividade: Resolva problemas de matemática de diferentes fontes, como livros didáticos, sites e aplicativos de matemática.
  5. Varie as formas de aprendizado:
    • Atividade: Combine abordagens visuais (gráficos, diagramas), auditivas (vídeos, palestras) e cinestésicas (manipulativos matemáticos, jogos) para aprender e praticar.
  6. Busque ajuda quando necessário:
    • Atividade: Participe de grupos de estudo, sessões de tutoria ou fóruns online de matemática.
  7. Aplique a matemática no mundo real:
    • Atividade: Resolva problemas do cotidiano que envolvam matemática, como calcular a distância entre dois pontos em um mapa ou determinar a melhor oferta em uma loja.
  8. Revise e teste-se regularmente:
    • Atividade: Realize testes práticos e revisões periódicas de tópicos estudados anteriormente.
  9. Desenvolva a resiliência e o mindset de crescimento:
    • Atividade: Mantenha um diário de reflexão sobre seu progressão em matemática, destacando conquistas, desafios e como você superou obstáculos.
  10. Gerencie a ansiedade relacionada à matemática:
    • Atividade: Pratique técnicas de relaxamento, como respiração profunda, meditação ou ioga, antes de sessões de estudo ou provas.
  11. Desafie-se constantemente:
    • Atividade: Participe de competições matemáticas, resolva quebra-cabeças matemáticos avançados ou explore tópicos de matemática mais aprofundados.

Seguindo esses passos e realizando as atividades sugeridas, você pode melhorar suas habilidades matemáticas de forma eficaz e consistente. Lembre-se de que a prática regular, a paciência e a persistência são fundamentais para o progresso em matemática.

Referências:

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