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Como o ambiente interfere no desenvolvimento cognitivo

A interação com o meio ambiente em que vive determina o desenvolvimento do cérebro. Quando o meio é pobre, e não falamos aqui de recursos financeiros, mas de estímulos, o desenvolvimento das regiões responsáveis pelas habilidades cognitivas e emocionais tende a ser menor.

Por outro lado, quando o indivíduo experimenta um meio rico em estímulos, a tendência é o aprimoramento destas mesmas habilidades e regiões encefálicas.

Sobretudo na infância, quando as regiões corticais, ou seja, as regiões mais externas do cérebro, estão em franco desenvolvimento. De acordo com diversas pesquisas, o córtex pré-frontal (que fica acima da região dos olhos, na testa) leva 25 anos para chegar ao amadurecimento.

Esta região atua na análise lógica, avaliação e contenção dos impulsos. Para ser desenvolvida plenamente, exige a estimulação constante, o que pode ser feito muito facilmente em um ambiente rico em informações e estímulos.

Esta interação com o ambiente serve para que o indivíduo construa um modelo emocional com valência preponderantemente positiva ou negativa, conforme a leitura que fará das experiências que viveu. Estas experiências geram para o indivíduo também um repertório de comportamento. Modelos de ação ou reação automatizados que serão disparados durante toda a vida, praticamente. Daí sua enorme importância.

Já prestou atenção como, diante de um determinado contexto, a pessoa reage de modo até incompreensível para os outros. Geralmente é esta automatização, este repertório de comportamento.

E a infância é o melhor ambiente para se construir um modelo que vai resultar em um indivíduo mais saudável, confiante e feliz.

Não é uma mágica e nunca diremos ter uma receita para se alcançar este resultado. A vida é feita por milhares, talvez bilhões, de variáveis que afetam o modo como a informação será interpretada, valorizada e respondida.

Mas, o que os pesquisadores mais afirmam é que uma boa infância resulta em um adulto melhor, e, infelizmente, o oposto também se faz presente.

E a construção de um ambiente rico não deve ser interpretada apenas como um local meramente infantil, como um quarto, e nem como um local todo montado para este fim, com diversos tipos de brinquedos.

Não que isto não contribua, mas o próprio ambiente da casa pode servir para estimular experiências construtivas para as crianças. Até mesmo a cozinha, sob atenta vigilância dos pais e afastadas todas a variáveis de risco, pode fornecer à criança a maravilhosa experiência de transformar em bolo, tortas ou outros alimentos aquilo que era ovo, leite e farinha.  Claro, desde que dela não seja cobrado nenhuma postura profissional e nem resultados magníficos.

Leituras de livros, ambiente colorido e desenvolvido para infância, brinquedos intrigantes, convívio familiar, abraços e declarações de amor e carinho também ajudam, e muito, a ofertar para a criança este ambiente que a fará construir seu repertório de comportamento os mais equilibrados – o que, por sua vez, irá contribuir para que o indivíduo tenha um sistema cognitivo melhor preparado para ler o mundo e melhores vantagens evolutivas.

Cuidar do ambiente é algo que sempre trará muitos resultados positivos.

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