Como o alimento altera os níveis de inteligência e formação das redes neurais

Estudos mostram que há uma forte correlação entre a alimentação e o desempenho cognitivo e a inteligência emocional. Há diversos alimentos que, quando ingeridos, podem provocar alterações significativas nas sinapses neurais, comprometendo a qualidade da transmissão de informações entre as células neurais. Gordura, açucares e o chocolate, quando consumido em excesso, podem levar à depressão (Rose et al, 2010).

Nossas decisões diárias também estão conectadas ao padrão da alimentação que temos. E alguns cardápios podem realmente influenciar em nosso estado emocional, levando a decisões que não nos fazem muito bem. ( Diet and depression, Havard School).

A relação entre alimentação e inteligência emocional são intimamente ligada porque, afinal de contas, o intestino é o fornecedor de boa parte dos insumos que serão utilizados pelo cérebro para sintetizar os neurotransmissores, que, por sua vez, serão utilizados nos processos mentais.

Quando uma pessoa se prepara para tomar uma decisão – como dar uma resposta a alguém sobre uma proposta qualquer – o córtex pré-frontal recupera dezenas de informações em segundos para que o indivíduo tenha a resposta.

Acontece que memórias são cadeias proteínas que transitam por neurônios que se utilizam de sódio, potássio, cloro em um meio levemente aquoso.  As redes neurais e os impulsos elétricos dependem de diversas substâncias para fazerem o seu trabalho – e boa parte delas vem do intestino.

E essa é apenas uma das razões que conectam a alimentação e a inteligência emocional. Há outras.

Glicose baixa pode matar

A ausência de glicose, por exemplo,  leva a perda de consciência e até à morte tão rápido quanto a ausência de oxigênio nos pulmões.

E, quando os níveis de glicose caem, o cérebro dispara neurotransmissores que alteram o humor do indivíduo completamente. Você deve conhecer aquela pessoa que, antes do café da manhã, é tão mal-humorada que qualquer “bom dia” pode acender o pavio. Certo?

A redução de carboidrato dificulta e até impede a síntese de serotonina, um importante neurotransmissor ligado à regulação do humor. Quando os níveis de serotonina caem, o indivíduo pode se tornar mais suscetível à ansiedade e depressão (Gopinath et al, 2016).

Sem alimentação adequada, inteligência emocional despenca

Mas, há outras decisões de comportamento que são derivadas do nível energético disponível no momento em que são realizadas.

Se os níveis de energias se tornarem relativamente baixos, o processo de decisão humana toma o viés do menor esforço (Danziger et al, 2011). Ou seja, entre diversas opções disponíveis, irá prevalecer a que demandar menor análise, menor gasto energético.

Sem alimentação, juízes aumentam as penas de condenados

Em um estudo sobre tomada de decisão, pesquisadores avaliaram as sentenças dadas por juízes israelenses correlacionando-as com a proximidade das refeições.  

65% das decisões tomadas logo após uma refeição eram favoráveis aos réus (concessão ou não de liberdade condicional). Quando as decisões eram tomadas minutos antes das refeições, ou seja, quando o estômago começava a roncar, este índice chegava a zero. A fadiga e o baixo nível energético fez com que o juiz optasse pela escolha mais fácil, negar a condicional.

Isso pode significar também que crianças com alimentação desequilibrada, que não repõem os níveis de energia em intervalos regulares, podem estruturar redes neurais mais propensas a decisões fáceis – o que nem sempre é a melhor decisão a se tomar.

Somos mais positivos quando estamos bem alimentados, com níveis corretos de glicose e mais inteligentes quando guarnecidos dos nutrientes básicos para a sintetização dos neurotransmissores necessários ao processo mental (Bear et al, 2017).

Além disso, os níveis de serotonina também afetam a formação da memória. (Buhot, 2000).  Níveis de serotonina no hipotálamo servem como marcadores para a memorização de determinada informação ou contexto e nível de atenção fornecido à tarefa.

E Lá vem o intestino novamente. Para sintetizar serotonina, o organismo precisa de triptofono, um aminoácido encontrado em alimentos ricos em proteínas.

Alimentação fornece substratos que determinam os níveis de inteligência emocional

Além do triptofano, outro elemento essencial para que os sistemas de atenção mantenham sua performance elevada é a tirosina, um aminoácido precursor para três diferentes neurotransmissores do tipo amina (dopamina, noradrenalina e a adrenalina – coletivamente denominados como catecolaminas).

Dentre estes neurotransmissores, a dopamina está diretamente associada aos níveis de atenção, memória e controle motor, além do bom-humor e autoconfiança (Nieoullon A, 2002).

“Os efeitos de uma única dose de suplementos de tirosina revelaram benefícios de curto prazo no desempenho da memória de trabalho e funções executivas” (Jongkees et al., 2015; Hase et al., 2015; van de Rest et al., 2013).

Esses achados são baseados no conhecimento de que os níveis de tirosina no cérebro podem ser modificados pela ingestão nutricional e que essas concentrações e a disponibilidade para os neurônios também modificam as taxas de síntese e liberação de dopamina da qual a tirosina é um precursor (Fernstrom, 1983).

Há inúmeros alimentos considerados fontes de tirosina, como abacate, soja, amendoim, mas, somente com uma consulta a nutricionista com sólida formação educacional pode se determinar a alimentação adequada.

Alimentos são como o tipo de água, óleo e gasolina posta em um carro. Ou seja, eles potencializam redes neurais, sinapses, sistema de recompensa, memória etc.

É importante compreender como os alimentos interferem no processo decisório, memorização, humor e disposição, além de interferir também nos níveis de felicidade, autoconfiança etc.

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