A pergunta pode ser até despretensiosa, mas que guarda importante recado. Afinal, existe uma idade para que as crianças comecem a ter consciência das consequências de suas escolhas?
Alguns estudos sobre desenvolvimento cognitivo dizem que quanto mais cedo uma criança desenvolver a capacidade de fazer boas escolhas, melhor. Portanto, quanto mais cedo uma criança souber quantificar os pesos de suas decisões, melhor desempenho ela terá ao longo vida.
É importante que tenhamos em mente que o processo cognitivo se desenvolve cumulativamente, como uma espiral. Ou seja, o aprendizado de um nova experiência vai influenciar nas decisões sobre uma futura experiência. Por isso, saber fazer escolhas pode afetar o destino das crianças.
Isso ficou claramente constatado em um estudo intitulado o dilema do marshmallow, que submeteu diversas crianças a uma decisão muito difícil: comer um doce imediatamente ou não tocar na guloseima por “infindáveis” 15 minutos para receber dois doces – uma escolha muito difícil para elas.
Após submeter as crianças ao teste, os pesquisadores passaram a acompanhar a vida dos que decidiram esperar e dos que imediatamente devoraram o doce.
O resultado desse estudo mostrou que os integrantes dos dois grupos tomaram destinos totalmente diferentes na vida. Aqueles que controlaram o impulso e escolheram esperar por uma recompensa maior tiveram, durante a vida, melhor desempenho escolar, social e financeiro.
Por que isso ocorreu?
A resposta é relativamente simples. Essas crianças aprenderam a tomar decisões melhores, mais vantajosas e elas foram se acumulando durante a vida, resultando em um desempenho acumulado melhor.
A conclusão desta pesquisa é um forte incentivo para que os pais possam explicar às crianças as consequências de suas decisões. Com isso, elas poderão compreender melhor a importância de fazer uma boa escolha. Mostre às crianças que, por exemplo, controlar os impulsos pode trazer boas vantagens, já que as crianças poderão ter recompensas melhores no futuro.
Este tipo de aprendizagem é importante, por exemplo, para ensinar crianças a economizar dinheiro. Muitas crianças, quando chegam na juventude, por exemplo, sofrem por não ter uma disciplina que as ajudem a tomar decisões sobre dinheiro. Com isso, elas perdem oportunidades e desempenho.
Por outro lado, quando sabem decidir corretamente desde a infância, ao chegar na juventude, as crianças já sabem o valor da acumulação para gerar maior poder de decisão e melhores recompensas.