A memória de trabalho tem a função de gerenciar o comportamento humano em determinado ambiente.
Para fazer isso, ela constantemente entra em contato com outras regiões do cérebro para saber se determinada informação é útil ou não, é nova ou antiga, se tem relação com a atividade anterior ou não, enfim, ela ajuda a analisar o contexto, ambiente e ações do indivíduo.
Acontece que, ao ajudar a avaliar todo o cenário e postura do indivíduo, a memória de trabalho acessa o acervo de informações que a pessoa guarda.
É neste processamento que o nível e qualidade de informação retida pelo indivíduo fazem a diferença.
Se, por exemplo, em um ambiente um indivíduo ver um inseto, ele imediatamente recorre ao arsenal de informações sobre que tipo de espécie é o inseto. Se representa perigo ou não, se é agressivo ou não etc.
Então, suponhamos que dois indivíduos estão em um mesmo ambiente. Apenas um deles tem informação sobre abelhas africanas.
De repente, de longe, os dois enxergam um enxame de abelhas vindo em sua direção.
Neste caso, é muito provável que o indivíduo que não possua informação sobre a agressividade destas abelhas assuma uma postura de curiosidade e investigação, enquanto o outro já ganhou segundos importantes para salvar a própria pele.
Este é apenas um exemplo de como a informação de qualidade representa uma vantagem competitiva. Há milhares deles.
Nos anos 1980, quando a sociedade brasileira experimentou um incremento na liberdade de comportamento muitas adolescentes engravidaram por simplesmente não saber das condições mais favoráveis à gravidez, como a ovulação.
Outros jovens passaram a usar drogas por desconhecer os riscos que o prazer momentâneo das substâncias ofereciam.
Em ambos os casos, eles apenas sabiam que era bom. E tal deficiência de acervo informativo, para muitos, definiu como seria o futuro.
Algumas doenças mentais são avassaladoras para o indivíduo porque atingem exatamente este sistema. Na esquizofrenia, por exemplo, o indivíduo perde a capacidade de analisar corretamente a realidade que o cerca. Ele é capaz de interpretar uma pessoa encostada numa parede como uma espécie de quadro, o que o impossibilita, muitas vezes, para o convívio social.
Parece uma explicação banal, mas o fato é que muitas pessoas não compreendem adequadamente como a informação e a capacidade de interpretá-la alteram o modo como se decide e, consequentemente, o futuro da pessoa.
Por isso, quanto mais informação de qualidade um indivíduo possuir, melhor.
Claro, desde que este indivíduo tenha a capacidade de interpretar e avaliar a informação – afinal, o cérebro tem um processo de desenvolvimento intimamente relacionado com a idade.
Isso quer dizer que a informação precisa ser compatível com a maturidade cognitiva do indivíduo. Do contrário, pode representar ruído e atrapalhar, em vez de ajudar.
Mais informações
Alcance níveis elevados de atenção plena com simples atitudes diárias
Há um chamado urgente em meio ao caos moderno: ajudar nossas crianças a resgatar a lucidez e a conexão com o instante presente. A atenção plena não é apenas uma prática, mas uma revolução silenciosa que pode devolver às próximas gerações o equilíbrio perdido em meio à pressa e às distrações. É um retorno ao…
Parentabilidade reflexiva – como os pais podem ampliar o controle emocional e a resiliência dos filhos
A parentalidade reflexiva foca em entender o mundo interno do adolescente, promovendo autonomia e habilidades de vida ao manter conexão e limites claros, enquanto pais gerenciam suas próprias emoções para guiar com empatia e confiança.
O surpreendente poder dos cães no desenvolvimento cognitivo humano
Um estudo recente revelou que interagir com cães, especialmente através de brincadeiras e caminhadas, melhora significativamente o relaxamento e a concentração. A pesquisa, utilizando EEG, analisou os efeitos de oito atividades diferentes com cães sobre a atividade cerebral, observando reduções notáveis em estresse, depressão e fadiga. Este trabalho sugere que variadas interações com cães influenciam…
Pesquisa revela o efeito nocivo dos jogos em celulares sobre a visão das crianças
Descubra como apenas uma hora de uso de smartphone pode transformar a saúde ocular das crianças, segundo um novo estudo australiano. Os resultados são surpreendentes – e podem fazer você repensar o tempo de tela dos pequenos.
Como aumentar a atenção e concentração em caminhadas de 40 minutos
Pesquisadores da Universidade de Utah descobriram que caminhadas em ambientes naturais melhoram significativamente a concentração cerebral, superando os benefícios do exercício sozinho. Usando EEG, o estudo mostrou que a natureza potencializa o controle executivo no cérebro. Essa pesquisa enfatiza a necessidade de integrar espaços verdes na vida urbana.
os efeitos perversos de uma baixa qualidade de sono
Através da análise de imagens cerebrais de quase 40.000 indivíduos de meia-idade, os pesquisadores descobriram uma ligação clara entre a qualidade do sono e mudanças na estrutura cerebral que sinalizam envelhecimento e risco de demência.
Conheça o projeto: