Á água é um elemento vital para a performance do cérebro. Quando o corpo perde água, o encéfalo é um dos órgãos que mais sofre. E crianças e idosos são os que apresentam, em média, as mais baixas taxas de hidratação em diversas pesquisas com população de várias idades.
O equilíbrio dos fluidos dentro do corpo é mantido por meio de mecanismos homeostáticos. Para conservar a água, o corpo humano desenvolveu um elaborado sistema de absorção e filtragem dos líquidos, que ocorre através do sistema renal, cujo substrato produzido é a urina – elemento que pode ser usado para identificar visualmente o grau de hidratação do organismo.
A ingestão de água é incentivada pela sensação de sede. Embora esses mecanismos sejam naturalmente desenvolvidos pelo encéfalo, que percebe os primeiros sinais de desidratação e gera estímulos para a adoção do comportamento “ingerir água”, muitas vezes, eles são ignorados pelos indivíduos, particularmente em grupos vulneráveis, como crianças e idosos, que mantêm seu estado de hidratação inadequadamente.
A falta de experiência das crianças em identificar os sinais de desidratação é apontada como uma das principais causas para que elas permaneçam por mais tempo em uma condição de hidratação não ideal, o que afeta o desempenho cognitivo dela em grau equiparável ao estado de desidratação.
Diversas pesquisas revelam que os diferentes graus de desidratação afeta o desempenho cognitivo (Adam et al., 2008; Szinnai et al., 2005), fazendo com que a pessoa perca desempenho para a execução de tarefas cognitivas e formação de memória.
A ausência de níveis corretos de hidratação leva inclusive a mudança de humor e até depressão (David Benton, Hayley Young, 2015 e Pross et al., 2014). Dores de cabeça, indisposição e cansaço também estão associados à problemas com hidratação incorreta do organismo.
Em uma pesquisa sobre os efeitos da desidratação com soldados, verificou-se que a desidratação afetava a memória de curto prazo, habilidade numérica, função psicomotora e atenção sustentada. Os déficits cognitivos dependiam da gravidade da desidratação, que afetou o desempenho em todas as tarefas cognitivas quando os soldados estavam em estado grave de desidratação (>2 % perda de massa corporal) (Adam et al., 2008).
Em uma outra pesquisa com jogadores de basquete, ficou constatado que a atenção relacionada à vigilância também se reduziu drasticamente à medida que os corpos dos jogadores ficavam desidratados. (Baker et al., 2007)
Por isso, é sempre bom estimular a criança a ingerir água logo pela manhã e manter um cronograma ideal de ingestão de líquidos, o que pode ser obtido facilmente com o auxílio de uma nutricionista.
Beba água sempre.
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